ARTIGOS MAIS LIDOS:
Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

O SENTIDO DO TRABALHO - FLASHES DO CONSULTÓRIO


Um dos assuntos constantes na terapia (e, obviamente, no "coaching" psicoterapêutico) é o trabalho: o que faz o paciente, seus relacionamentos, sua tarefas e, principalmente, a sua satisfação no trabalho. Evidentemente, por este ser um assunto muito tratado em sessões de psicoterapia, há um significativo número de pessoas insatisfeitas, o que é lamentável pois o trabalho pode representar o campo em que o “caráter de algo único” de uma pessoa se relaciona com a comunidade, recebendo assim o seu sentido e o seu valor, ainda que este sentido e valor seja inerente em cada caso, à realização e não à profissão concreta como tal - ou seja, não é um determinado tipo de profissão concreta que possibilitará a uma pessoa atingir a plenitude. Então, meus amigos, neste sentido, pode-se dizer que nenhuma profissão faz a pessoa feliz.

Muitas pessoas me falam que poderiam ter se realizado plenamente se tivessem escolhido outra profissão e ouvem, de mim, que isso é uma deturpação do sentido do trabalho profissional ou uma atitude de quem está se enganando: se a profissão concreta não traz consigo nenhuma sensação de plena satisfação, a culpa é da pessoa que a exerce, não da profissão. Ela, em si, não é suficiente para tornar a pessoa insubstituível, o que a profissão faz é simplesmente dar-lhe a oportunidade de vir a sê-lo. Meus amigos, o caráter insubstituível da vida humana, a impossibilidade de uma pessoa ser representada por outra no que só ela pode e deve fazer, o seu “caráter de algo único” e irrepetível, sempre depende da pessoa – não do que ela faz, mas de quem o faz e do modo como faz, para além de sua vida profissional, na sua vida particular, como amante, amigo, amado, etc.

Por outro lado, devo comentar que a relação natural de uma pessoa com o seu trabalho profissional (considerado como campo de possível realização criadora de valores) sofre, amiúde, um desvio em virtude das circunstâncias dominantes do trabalho. Sobretudo nos trabalhos tanto mais exatos e oportunos quanto mais impessoais e estandartizados.

Acredito que só se pode conceber tais trabalhos como simples meio para um fim, o fim de ganhar a vida. Esta no caso, começa apenas com o tempo livre e o seu sentido está no modo livre e pessoal como o trabalhador o configura.

Dentre as falas tristes sobre a vida profissional, estão os queixumes das pessoas que estão sempre focadas em acumular dinheiro e bens materiais e que, para além do lucro, para além do dinheiro como meio de viver, se esquecem de enxergar a vida em si. Nestes casos, o “feedback” normalmente mostra que o dinheiro dessas pessoas tem ainda um “para que”, porém as suas vidas deixaram de ter. Importante, então, meus caros, que nunca se esqueça do real valor individual e das pessoas com as quais convivemos. Ter mais não implica em ser mais que outros, especialmente em termos de felicidade.

Encerrando, observa-se que o significado existencial da profissão torna-se claramente visível quando a pessoa fica desempregada, quando então sofre-se um vazio espiritual, com um sentimento de inutilidade apenas por estar desocupado. Esse será o tema do próximo artigo.


Pra falar comigo você pode usar o whatsapp, apenas texto, pelo número 11 981995612 ou usar e email: paulocesar@psicologopaulocesar.com.br. Há também o Skype, por onde faço a maioria dos meus atendimentos. Lá o meu nome é paceteri
Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Atendimentos presenciais e por Skype.

Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.

Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana.  Estacionamento conveniado.

Atendimento de segunda-feira aos sábados.
Marcação de consultas pelo tel. 11.94111-3637 ou pelo whatsapp 11.98199-5612.

O MEDO (texto de Krishnamurti)

Caros amigos,

Quem dentre nós nunca sentiu medo de algo? Ou sente medo ainda hoje, por várias razões íntimas? O medo é algo que estagna a vida: de um lado, ele garante a sobrevivência humana, mas de outro, ele ajuda a diminuir a energia necessária para viver.

É um assunto, sem dúvidas, super-importante para todos e, por este motivo, escolhi um texto do filósofo indiano Krishnamurti. Este indiano, que sempre repudiou a idéia de ser chamado de “guru”, abordou assuntos como a revolução psicológica, meditação, conhecimento, relações humanas, a natureza da mente e a realização de mudanças positivas na sociedade global, e, constantemente, ressaltou a necessidade de uma revolução na psique de cada ser humano, enfatizando que tal revolução não poderia ser levada a cabo por nenhuma entidade externa seja religiosa, política ou social. Vamos ver o que ele nos ensina sobre o “medo”!

“Bombaim, 22 de Fevereiro de 1961

V
amos agora considerar o medo na sua totalidade. Uma mente atemorizada, que bem lá no fundo está tomada pela ansiedade, pelo medo e pela esperança, que é fruto do medo e do desespero, uma mente assim não é, evidentemente, uma mente saudável. Ela frequenta templos e igrejas, é capaz de elaborar qualquer tipo de teoria, reza, pode até ser erudita. Por fora, talvez possua a polidez da sofisticaçao, talvez seja obediente, adequada e refinada, talvez até se comporte da forma correta exteriormente, mas uma mente assim, que tem tudo isso e que tem suas raízes no medo (como a mente da maioria de nós), não tem, evidentemente, capacidade para enxergar direito.

O medo produz diversas formas de doença mental. Ninguém tem medo de Deus, mas a pessoa tem medo da opinião pública, de não conseguir isto ou aquilo, de não se realizar, de não ter oportunidades. Como conseqüência de tudo isso, há esse extraordinário sentimento de culpa - ela fez algo que não deveria ter feito gerando o sentimento de culpa no próprio ato de fazer. Ela é saudável, enquanto há outros que são pobres e doentes. Ela tem comida, enquanto outros não têm. Quanto mais a mente investiga, penetra, pergunta, maior o sentimento de culpa, de ansiedade. 

E se todo esse processo não é compreendido, se o medo, na sua totalidade, não é compreendido, então surgem atividades peculiares, as atividades dos santos, as atividades políticas - atividades que podem todas ser explicadas, que você observa, que se dá conta dessa natureza contraditória do medo, tanto o consciente como o inconsciente. Você conhece o medo - medo da morte, medo de não ser amado ou de amar, medo de perder, medo de ganhar. Como você lida com isso?

O medo é o impulso que procura um mestre, um guru. O medo é o manto da respeitabilidade, tão amado por todos - ser respeitável. Não estou falando de nada que não seja um fato. 

É possível ver tudo isso no dia-a-dia. Essa natureza extraordinária e penetrante do medo - como é que você lida com ela? Será que você desenvolve a qualidade da coragem apenas de modo a atender às exigências do medo? Compreende? Você decide ser corajoso para enfrentar os acontecimentos da vida, ou apenas racionaliza o medo para afastá-lo, ou para encontrar explicações que darão satisfação à mente tomada pelo medo? Como você lida com isso? Liga o rádio, lê um livro, vai a um templo, apega-se a algum tipo de dogma ou de crença? Vamos discutir como lidar com o medo. Se você se dá conta dele, qual a sua maneira de abordar essa sombra? Evidentemente, é possível perceber com clareza que a mente amedrontada se apaga. Ela não consegue funcionar de modo adequado, não consegue pensar racionalmente por medo (não me refiro ao medo que existe no nível consciente apenas, mas também ao que existe nos recessos profundos da mente e do coração). Como saber? E ao descobrir, como proceder? Eu não estou propondo uma questão teórica. Não diga: "Ele irá responder." Eu vou responder, mas vocês precisam descobrir. 

No momento em que não existir mais medo, não existirá ambição, mas ação, a qual se dá pelo amor do que é feito e não pelo reconhecimento daquilo que você irá fazer. Assim, como lidar com isso? Qual a sua resposta?

É claro que a resposta cotidiana ao medo é empurrá-lo para o lado, encobri-lo com a vontade, a determinação, a resistência, a fuga. É isso o que fazemos, senhores. 

Não estou dizendo nada de extraordinário. Então, o medo continua perseguindo você como uma sombra e você não fica livre dele. Refiro-me à totalidade do medo, não apenas a um determinado medo específico - da morte, ou do que o seu vizinho vai dizer, o medo da morte do marido ou do filho, ou de que a esposa fuja. Sabem o que é o medo? Cada um tem a sua forma particular de medo - não um, mas múltiplos medos. Uma mente que tem alguma forma de medo não pode, evidentemente, ter a qualidade de amor, da simpatia, da ternura. 

O medo é a energia destrutiva no homem. Ele faz a mente fenecer, distorce o pensamento, leva a todo tipo de teoria de extraordinária sagacidade e sutileza a superstições absurdas, a dogmas e cren­ças. Se você percebe o quanto o medo é destrutivo, como proceder, então, para purificar a mente?" (Krishnamurti)

Observem como é interessante o seguinte posicionamento de Krishnamurti:

"A ânsia de se tornar causa medo; ser, conseguir, e assim depender engendra o medo. O estado do não-medo não é negação, não é o oposto de medo e nem é coragem. Compreendendo a causa do medo, há a sua interrupção, não o se tornar corajoso, pois em todo tornar-se existe a semente do medo. Depender de coisas, de pessoas, ou de ideias gera medo; a dependência vem da ignorância, da falta de autoconhecimento, da pobreza interior; o medo causa incerteza da mente-coração, impedindo a comunicação e a compreensão. 

Através da consciência de si, nós começamos a descobrir e então compreender a causa do medo, não só o superficial, mas os profundos medos acumulativos e casuais. O medo é tanto inato como adquirido; ele se relaciona com o passado, e para libertar o pensamento-sentimento dele, o passado deve ser compreendido através do presente. O passado está sempre querendo dar vida ao presente que se torna a memória identificada do “eu” e do “meu”. O ego é a raiz de todo medo." (J.Krisnamurti, The Book of Life)

Acesse meus conteúdos nesses locais:

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
  • Atendimentos presenciais e por internet.
  • Marcação de consultas pelo tel. e whatsapp 11.94111-3637

CENA ANTOLÓGICA DO FILME "AMARGO PESADELO"

Recebi este verdadeiro presente que quero compartilhar com vocês. Segue a cópia do email e o vídeo:

“O filme Amargo Pesadelo estava sendo rodado no interior dos Estados Unidos. O diretor fez a locação de um posto de gasolina nos confins do mundo, onde aconteceria uma cena entre vários atores contracenando com o proprietário do posto onde ele também morava com sua mulher e filho (este ara autista e nunca saía do terreno da casa). Num dos cortes para refazer a cena do abastecimento, um dos atores que, sendo músico, sempre andava acompanhado do seu instrumento de cordas aproveitando o intervalo da gravação e já tendo percebido a presença de um garoto que dedilhava um banjo na varanda da casa aproximou-se e começou a repetir a sequência musical do garoto. Como houve uma 'resposta musical" por parte do garoto, o diretor captou a importância da cena e mandou filmar. O restante, vocês verão no vídeo.

Atentem para alguns detalhes:

  • O garoto é verdadeiramente um autista;
  • ele não estava nos planos do filme;
  • A alegria do pai curtindo o duelo dos banjos... dançando
  • A felecidade da mãe captada numa janela da casa;
  • A reação autêntica de um autista quando o ator músico quer cumprimentá-lo.”

A equipe parou num posto de gasolina para abastecer e aconteceu a cena mais marcante que o diretor teve a felicidade de encaixar no filme. Vale a pena o duelo, a beleza do momento e, mais que tudo, a alegria do garoto.

Repare na sua expressão. No início está distante, mas, à medida que toca o seu banjo, ele cresce com a música e vai se deixando levar por ela, até transformar a sua expressão num sorriso contagiante, transmitindo a todos a sua alegria.

A alegria de um autista, que é resgatada por alguns momentos, graças a um violão forasteiro. O garoto brilha, cresce e exibe o sorriso preso nas dobras da sua deficiência, que a magia da música traz à superfície. Depois, ele volta para dentro de si, deixando a sua parcela de beleza eternizada "por acaso" no filme "Amargo Pesadelo" (Ano: 1972).