Não
há o que negar, o medo existe e ponto! Mas, pensando mais acuradamente a
respeito dele, posso dizer que o medo nunca é uma realidade, ou seja, ele vem
sempre antes ou depois do momento presente ativo. Quando estamos no “aqui e
agora”, momento concreto e real, será que existe o medo? O que ocorre num
momento ativo está ali e não há como fugir dele, não há como escapar, então, no
momento presente, o que existe é a atenção total ao momento de perigo, seja físico
ou psicológico. E quando há atenção total, não há espaço para sentir medo. Por
outro lado, a desatenção gera o medo, isto é (em termos psicológicos), o medo
surge quando há uma evitação do fato, quando existe uma fuga. Ora, se
aceitarmos essa idéia, então a fuga é, ela própria, o medo.
Preocupa-me, ainda mais, olhar o mundo e ver como as pessoas vivem com medo -medo físico, o medo econômico, o medo metafísico diante da própria ameaça existencial - o que faz de nossos dias uma caminhada irreversível para a doença, para a velhice e para a morte. Se não temos a atenção desperta, ou se preferir, uma consciência plena do “aqui e agora”, o medo passa a ser a mais fiel das qualidades, o definitivo companheiro. Não estando plenamente consciente do que somos e do que nos rodeia “aqui e agora”, mesmo no silêncio e no escuro - ou sobretudo aí – o medo se instala e não se afasta da pessoa, especialmente se a percepção for a de que o lugar é terrível ou a situação desesperadora, pois as forças abandonam a pessoa, a coragem some, o medo fica e cresce. Segue-a como uma sombra e, inúmeras vezes, se confunde com ela...
Será
que uma das causas do medo é a comparação? O comparar-se com outra pessoa? Acho
que sim. E você, é capaz de viver sem se comparar com outra pessoa? O problema
é que ao se comparar com alguém, seja em termos ideológicos, psicológicos ou
mesmo físicos, há também a expectativa de tornar-se a outra pessoa... e mais,
ainda há o medo de não conseguir se tornar a outra pessoa. Ruim, isso é, de
fato, um sofrimento.
E
os outros medos, os quais ocorrem, como disse, porque não há dedicação plena
para manter a atenção no momento presente? Por exemplo:
Você
já sentiu medo de amar? De conhecer novas pessoas? De um trabalho novo? De
repetir uma experiência ruim? De morrer? Etc...
Talvez possa mudar a forma de sua relação com o medo, e a psicoterapia pode ajudá-lo(a) nisso. Ao invés de você ser um medo ambulante, deve passar a ser o dono dele, tornando-o algo que não o impeça de viver e de ser feliz!
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Um abraço,
Psicólogo Paulo Cesar
- Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
- Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
- Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
- Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
- Associado à Associação Brasileira de Reprodução Assistida
- Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
- Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
- Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.