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Daqui em diante, você encontrará muitos outros artigos sobre psicologia. A finalidade da Psicoterapia é entender o que está ocorrendo com o cliente, para ajudá-lo a viver melhor, sem sofrimentos emocionais, afetivos ou mentais. Aqui você encontrará respostas sobre a PSICOTERAPIA - para que serve e por que todos deveriam fazê-la. Enfim, você encontrará nesses artigos,informações sobre A PSICOLOGIA DO COTIDIANO DE NOSSAS VIDAS.

PREVENIR CONFLITOS OU SOLUCIONÁ-LOS?

Por Paulo Cesar T. Ribeiro

É significativa a insistência pela qual, um grande número de pessoas deseja receber “receitas” para a solução de conflitos, ao invés de desejarem refletir sobre os processos que levam ao amadurecimento e ao desenvolvimento humano, os quais estão, em profundidade, ligados ao desenvolvimento de ambientes de harmonia, de facilidade de resolução de conflitos e da adoção do conflito como instrumento de crescimento. Heráclito de Éfeso (séc. V a.c.) dizia que “a oposição dos contrários é a condição da transformação das coisas e, ao mesmo tempo, principio e lei. O que é contrário é útil, pois é daquilo que está em luta que nasce a mais bela harmonia”. Talvez a minha atenção a isso se deva ao fato de que, embora reconheça o desenvolvimento da assertividade como a melhor maneira de preparar as pessoas para a prevenção e a resolução de conflitos, também estou engajado na preparação das pessoas para que estejam conscientes da construção do paradigma do 3º milênio.

Amigos, isso não é brincadeira: estamos formando uma nova visão, concepção de mundo e atitude frente a ele e não podemos admitir retrocessos! Essa visão corresponde à nossa própria maneira pela qual entendemos a posição que ocupamos no mundo e uma orientação de nossa adaptabilidade à realidade. É mais ou menos o seguinte: a humanidade reconheceu as anomalias e uma séria crise na maneira pela qual as pessoas estavam se relacionando entre si e com o resto do mundo e,  como já está mais do que provado que a evolução do ser humano não é devido a uma mecânica causal e sim por causa de esforços conscientes dentro de uma perspectiva de ação e responsabilidade, é necessário romper o condicionamento cultural de muitos anos de prática analítica e substituir o modelo. É impossível manter a desarmonia, o desequilíbrio (de empresas, de mundo, etc.) como um espelho de nosso desequilíbrio interno. Por outro lado, é necessário adotarmos uma visão global e uma correspondente estratégia capaz de tornar essa visão uma realidade. Essas mudanças também abrangem as relações interpessoais mas o que muito preocupa é que tem aumentado a tendência de ver o outro como um objeto, um instrumento da própria satisfação, e sendo um objeto, a outra pessoa é percebida como algo que pode ser controlado, direcionado e manipulado. A assertividade enquanto “estilo comportamental” que depende do autoconhecimento e da maturidade da pessoa, representa a tendência salvadora das relações, já que evita a relação pessoa-objeto, isto é, a relação com outra pessoa que é usada como instrumento para atingir objetivos e prover satisfações.

É claro que concordo que o conceito de igualdade entre as pessoas, tendo cada um, os mesmos direitos que tem o seu semelhante nas relações interpessoais. No entanto, nem sempre conseguimos resolver de maneira satisfatória, alguns dos problemas da vida, como o vizinho que ouve música e atrapalha o nosso sono: ou mudamos para o quarto dos fundos, dormimos com algodão nos ouvidos, ou simplesmente encaminhamos um protesto escrito para o síndico, gerando uma situação de mal-estar; ou então, poderíamos abordar o vizinho com clareza, negociando um horário em que a música não atrapalhasse ninguém e, provavelmente, todos se sentiriam bem com os resultados. Esse tipo de coisa pode ocorrer em situações simples do cotidiano de cada um, como, por exemplo, quando recebemos, no restaurante, um filé mal passado que havíamos pedido “ao ponto”. Uma pequena reflexão já nos indica, com muita facilidade, as inúmeras conseqüências desagradáveis da “não assertividade”, seja em termos de sérios atritos, seja em termos de doloridas somatizações por conta dos “sapos engolidos”.

Em razão dessas observações, dedico-me muito à estimulação do autoconhecimento e da adoção do comportamento assertivo, o que torna a pessoa capaz de agir em seus próprios interesses, a se afirmar sem ansiedade indevida e a exercitar os seus direitos sem negar os alheios. Se criarmos e desenvolvermos em nossas convívios sociais, um ambiente de franca compreensão e de aceitação dos direitos alheios, estaremos trabalhando preventivamente e mantendo o conflito no ideal proposto por Heráclito de Éfeso: um caminho para o crescimento.

O trabalho pelo autodesenvolvimento e assertividade em detrimento das “receitas” de resolução de conflitos é motivado pelo fato de que uma significativa quantidade de pessoas tem descoberto que tornar-se assertivo é um processo de aprendizagem possível e altamente compensador para a efetividade das relações interpessoais, sendo a efetividade um critério fundamental para se avaliar resultados de negociações, inclusive e principalmente, as cotidianas.

Se a tendência de tratar as pessoas como coisas for mantida, seremos todos, certamente, componentes de uma única “matrix”, e, como máquinas, seremos conhecidos pelo que fazemos e não pelo que realmente somos. Pior ainda será ver os conflitos sendo tratados como defeitos ou “não-conformidades” que devem ser consertadas. Estamos, caros amigos, com a faca e o queijo na mão, pois essa é a era do Despertar da Consciência. Se nos apropriarmos de nossa verdadeira realidade, muito provavelmente preferiremos os ambientes onde a assertividade seja constante e o conflito, uma via de crescimento facilmente resolvida por conta da maturidade e do desenvolvimento das pessoas. Valorizar exclusivamente as técnicas de solução de conflitos (conduta própria de quem adoeceu por egocentrismo e visão de curto alcance) é considerar que as pessoas estão e assim ficarão: despreparadas para desenvolver relações harmoniosas e produtivas.

Enfim, estamos num mundo que é fruto de um dinâmico processo  criativo. Pode-se ver o que está acontecendo no nosso entorno e no mundo interior pela janela do processo criativo. Essa janela apresenta uma imensidão de processos, e não de coisas, permitindo-nos ver tudo como movimentos e evolução constantes. Tudo existe como um estado presente e um potencial futuro... é o “ser e vir-a-ser”. Vamos adotar essa visão e, assim, participar desse mundo como co-criadores responsáveis pela melhoria da qualidade do Ser Humano.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Consultório próximo ao Shopping Metrô Santa Cruz. Atendimento de segunda-feira aos sábados. Marque uma consulta pelos fones 11.5081-6202 e 94111-3637 ou pelos links www.psicologopaulocesar.com.br ou www.blogdopsicologo.com.br  

PSICOTERAPIA: UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O INDIVÍDUO E PARA A SOCIEDADE

Por Paulo Cesar T. Ribeiro*

Meus amigos,

Estamos todos numa situação desconfortável, caracterizada pelo fim de um período e pelas
incertezas de uma nova era que ainda não foi totalmente estabelecida. À nossa volta podemos observar várias comprovações disso, tais como a mudança nos costumes sexuais, na abordagem e objetivo da educação, nas revisões das religiões, na tecnologia sempre em evolução, etc. E mais, a insistente guerra ao terrorismo e o receio generalizado de suas consequências, talvez distante em nosso país, mas, com certeza, presente em nossas vidas. Não posso deixar de mencionar a escalada da violência urbana, ameaçadoramente existente nas calçadas de nossas casas. A minha conclusão é de que é preciso muita coragem e motivação para viver num mundo com essas características.

Mais uma vez, identifico nas mudanças sociais, motivos para a atuação do psicólogo, especialmente em sua função de psicoterapeuta a favor do reestabelecimento da segurança psicológica dos indivíduos, do equilíbrio e da saúde mental. As pessoas, cada vez mais, “patologizam” suas dúvidas frente à inevitabilidade das escolhas. Por exemplo, frente ao aparente caos que se afigura, necessariamente há uma escolha a ser feita. Uma delas é fugir ante a possibilidade de perda das estruturas atuais, acovardar-nos com a perda dos portos conhecidos, paralisarmo-nos à mercê da inércia (portanto, não participando da formação do futuro e negando o instinto humano de influenciar a evolução conscientemente), a ponto de capitular frente à forças destrutivas e desistindo de contribuir com a formação de uma sociedade futura mais justa e mais humana. Uma outra é armar-se de coragem para preservar nossos sentimentos, consciência e responsabilidade ante a mudança, participando conscientemente (mesmo que pouco) da formação da sociedade. Esta segunda escolha é uma resposta ao chamado para realizar algo novo, lidar com a angústia do nada trilhando onde não há caminhos definidos, e isso, realmente, exige uma coragem sem precedentes e compreendida por poucos. A psicoterapia, como disse, colocando o indivíduo frente à sua realidade e convidando-o a responsabilizar-se pelos seus atos e decisões, presta uma contribuição inigualável no processo de desenvolvimento humano social, não apenas individual.

A coragem a que me refiro não é o oposto do desespero mas sim, capacidade de seguir em frente, apesar do desespero. Trata-se de algo originado no interior do eu, pois do contrário, nos sentiremos vazios e nos tornará, por conseguinte, covardes. Essa coragem é o alicerce que suporta e torna reais todas as outras virtudes e valores. Sem ela, o amor empalidece e se transforma em dependência. Sem a coragem, a fidelidade é mero conformismo. A coragem é necessária para que o homem possa ser e vir a ser. Para que o eu seja é preciso afirmá-lo e comprometer-se. Essa é a diferença entre os seres humanos e o resto da natureza.

Um outro ponto em que a abordagem psicoterapêutica ajuda frequentemente a resolver refere-se à capacidade de socialização, ou seja, à condição que cada pessoa tem de arriscar o próprio eu na esperança de atingir uma intimidade significativa com outro ser. Claro que, também nesse caso, há de se ter uma certa dose de coragem para que se consiga investir o eu, por certo tempo, num relacionamento que exigirá uma entrega cada vez maior. Isso implica em dizer que a intimidade é algo que pode assustar visto que não é possível saber, logo no início, de que forma o relacionamento nos irá afetar. Crescerá, transformando-se, em auto-realização, ou nos destruirá? A única coisa certa é que, ao nos entregarmos totalmente numa relação, seja para o bem ou para o mal, não sairemos ilesos. Infelizmente a atitude mais comum nos dias de hoje é a evitação de um relacionamento autêntico e (o que é pior), muitas vezes, deslocando essa questão para o fenômeno do culto ao corpo. Tem sido mais fácil desnudar o corpo do que a mente ou o espírito. Parece ser mais fácil compartilhar o corpo do que as fantasias, desejos, aspirações e temores, pois estes são assuntos privados, cuja revelação nos torna mais vulneráveis. Por estranhas razões, envergonhamo-nos de compartilhar o que realmente importa. E, assim, as pessoas isolam o edifício mais "perigoso" de um relacionamento, indo imediatamente para a cama. Afinal de contas, o corpo é um objeto e pode ser tratado como tal.

Para a adequada socialização tem que haver uma intimidade simultânea nos vários níveis da personalidade. Só assim é possível vencer a alienação do indivíduo. Fazer novos conhecimentos provoca sempre alguma ansiedade, aliada ao prazer da expectativa, e à medida que o relacionamento se aprofunda cada descoberta é marcada por novo prazer e por uma nova ansiedade. Cada encontro pode ser o precursor de algo novo em nosso destino, bem como um estímulo na direção do prazer excitante de realmente conhecer alguém.

Por último, vejo que a psicoterapia auxilia também no confronto de duas espécies de temores: "o medo da vida" e “o medo da morte”. O primeiro é o medo de viver por si mesmo, o medo de ser abandonado, que também é a necessidade de depender de alguém. Caracteriza-se por uma entrega tão completa, que nada sobra para o relacionamento. O indivíduo transforma-se no reflexo da pessoa amada - e esta, cedo ou tarde, aborrece-se com isso. É como se fosse um medo da auto-realização. O "medo da morte", por sua vez, é o medo de ser completamente absorvido pela outra pessoa, o medo de perder a identidade e a autonomia, um medo de que lhe roubem a independência. Este é o medo associado aos homens, pois procuram sempre deixar uma porta aberta para a fuga rápida, caso o relacionamento se torne muito íntimo.

A verdade é que oscilamos entre os dois medos durante toda a nossa vida pois eles são, na verdade, as formas de ansiedade reservadas a todos os que, de alguma forma, se preocupam com alguém. Contudo, para se realizar, o indivíduo precisa enfrentar esses temores, adquirindo a consciência de que, para crescer, não basta sermos nós mesmos, mas é preciso participar da individualidade de outros.

Esses e tantos outros motivos asseguram o meu empenho profissional, na certeza de que ao ajudar na cura das mazelas psicológicas e emocionais de uma pessoa, estarei participando ativamente da construção de um mundo mais humano, solidário e justo.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Consultório próximo ao Shopping Metrô Santa Cruz. Atendimento de segunda-feira aos sábados. Marque uma consulta pelos fones 11.5081-6202 e 94111-3637 ou pelos links www.psicologopaulocesar.com.br ou www.blogdopsicologo.com.br  

NUTRICIONISTAS E PSICÓLOGOS ATUAM JUNTOS PELA SAÚDE DO PACIENTE

Os profissionais da área da saúde, cada um à sua maneira, buscam compreender a pessoa de maneira global, contribuindo na obtenção de uma visão mais precisa e detalhada da condição e das características humanas. A psicologia, como sabemos, estuda a mente, razão, instintos, desejos, emoções, comportamentos e conflitos nas relações entre pessoas e consigo mesmo, a fim de auxiliar o paciente na “dimensão mental (razão e emoções)”, da mesma forma que uma nutricionista atua focando a segurança alimentar e a atenção dietética para promover, manter e/ou recuperar a saúde das pessoas, melhorando a qualidade de vida e condições de saúde através da reeducação alimentar baseada no bom senso e no equilíbrio nutricional.

A área da Saúde tem abordado os pacientes de modo “holístico”, propondo tratamentos não se restrinjam às especialidades de cada profissional. Dessa forma, o psicólogo recomenda a seus pacientes que procurem outros especialistas conforme suas queixas, tal como esses mesmos especialistas orientam seus pacientes para que procurem um psicólogo para cuidar das implicações “mentais” de suas doenças. Assume-se que ter saúde não significa apenas não ter alguma doença instalada no corpo ou na mente: ter saúde significa viver bem, ter qualidade de vida, dispor de bem-estar físico, psíquico e social. Inspirados nessa idéia, nutricionistas e psicólogos unem suas forças propiciando aos seus pacientes, este novo conceito de saúde.

A manutenção de uma boa saúde depende do comportamento e do empenho de cada pessoa, mas, infelizmente, ainda não são todos que assumem a responsabilidade a favor da própria saúde. Isso dificulta muito na adoção de novos comportamentos quando se pretende modificar a condição do indivíduo bem como da qualidade de sua vida. É o caso do tratamento da obesidade, onde, a despeito das corretas orientações nutricionais, o paciente não altera seus hábitos resistindo (psicologicamente) à proposta da nutricionista ou, simplesmente, acatando-a parcialmente. É necessário, portanto, compreender o processo também do ponto de vista psicológico, modificando as atitudes, crenças e outros fatores psicossociais que influenciam o hábito alimentar do paciente. O estímulo à adesão ao tratamento (dietas e medicamentos) é outra boa razão para que nutricionistas e psicoterapeutas trabalhem juntos.

Dentre as motivações de cunho psicológico geradoras de resistência à reeducação alimentar, as mais comuns são: medo da fome, ansiedade, comportamento compulsivo, timidez / fobia social, blindagem contra interação humana, medo de ser feliz, estresse, negação da sexualidade, etc. Fica assim evidenciada a importância da ajuda psicoterápica no tratamento da obesidade, por exemplo, nos casos em que esses fatores mencionados levarem a pessoa a engordar ou permanecer gorda.

Enfim, Nutrição e Psicologia, por olharem integralmente para o paciente e sua saúde, valorizam o seu bem estar físico e emocional. Trata-se de uma parceria capaz de construir uma mudança interna que repercutirá na aparência externa, no autoconceito e na felicidade do paciente.

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Psicólogo Paulo Cesar

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Consultório próximo ao Shopping Metrô Santa Cruz. Atendimento de segunda-feira aos sábados. Marque uma consulta pelos fones 11.5081-6202 e 94111-3637 ou pelos links www.psicologopaulocesar.com.br ou www.blogdopsicologo.com.br  

REFLEXÕES SOBRE O MEDO


Fico preocupado quando um paciente ou um amigo me diz que não vai tomar nenhuma 
iniciativa porque tem medo, que se sente paralisado por essa sensação paralisa e que, talvez um dia, quem sabe, quando não se sentir mais tão assustado possa fazer algo.

Não há o que negar, o medo existe e ponto! Mas, pensando mais acuradamente a respeito dele, posso dizer que o medo nunca é uma realidade, ou seja, ele vem sempre antes ou depois do momento presente ativo. Quando estamos no “aqui e agora”, momento concreto e real, será que existe o medo? O que ocorre num momento ativo está ali e não há como fugir dele, não há como escapar, então, no momento presente, o que existe é a atenção total ao momento de perigo, seja físico ou psicológico. E quando há atenção total, não há espaço para sentir medo. Por outro lado, a desatenção gera o medo, isto é (em termos psicológicos), o medo surge quando há uma evitação do fato, quando existe uma fuga. Ora, se aceitarmos essa idéia, então a fuga é, ela própria, o medo.

Preocupa-me, ainda mais, olhar o mundo e ver como as pessoas vivem com medo -medo físico, o medo econômico, o medo metafísico diante da própria ameaça existencial - o que faz de nossos dias uma caminhada irreversível para a doença, para a velhice e para a morte. Se não temos a atenção desperta, ou se preferir, uma consciência plena do “aqui e agora”, o medo passa a ser a mais fiel das qualidades, o definitivo companheiro. Não estando plenamente consciente do que somos e do que nos rodeia “aqui e agora”, mesmo no silêncio e no escuro - ou sobretudo aí – o medo se instala e não se afasta da pessoa, especialmente se a percepção for a de que o lugar é terrível ou a situação desesperadora, pois as forças abandonam a pessoa, a coragem some, o medo fica e cresce. Segue-a como uma sombra e, inúmeras vezes, se confunde com ela...

Será que uma das causas do medo é a comparação? O comparar-se com outra pessoa? Acho que sim. E você, é capaz de viver sem se comparar com outra pessoa? O problema é que ao se comparar com alguém, seja em termos ideológicos, psicológicos ou mesmo físicos, há também a expectativa de tornar-se a outra pessoa... e mais, ainda há o medo de não conseguir se tornar a outra pessoa. Ruim, isso é, de fato, um sofrimento.

E os outros medos, os quais ocorrem, como disse, porque não há dedicação plena para manter a atenção no momento presente? Por exemplo:

Você já sentiu medo de amar? De conhecer novas pessoas? De um trabalho novo? De repetir uma experiência ruim? De morrer? Etc...

Talvez possa mudar a forma de sua relação com o medo, e a psicoterapia pode ajudá-lo(a) nisso. Ao invés de você ser um medo ambulante, deve passar a ser o dono dele, tornando-o algo que não o impeça de viver e de ser feliz!

Você pode acessar os conteúdos divulgados nesses locais:

Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

  • Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
  • Psicólogo de linha humanista existencial com acentuada orientação junguiana, budista e pós-graduações em Sexualidade Humana, Autismo e Psicologia Clínica.
  • Voluntário no Serviço de Reprodução Humana da Escola Paulista de Medicina.
  • Psicólogo colaborador da Clínica Paulista de Medicina Reprodutiva.
  • Associado à Associação Brasileira de Reprodução Assistida
  • Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
  • Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana em São Paulo, SP.
  • Atendimentos (presenciais e por internet) de segunda-feira a sexta-feira.

QUANDO RECOMENDAR “COACHING PSICOTERAPÊUTICO” A UM FUNCIONÁRIO?

Por Paulo Cesar T. Ribeiro*

A motivação e a saúde mental dos funcionários é algo de grande importância para as empresas, e isso tanto é verdade que a quase totalidade dos profissionais da área de RH já investigou, um dia, eventuais queixas de profissionais das suas empresas, bem como as condições destas pessoas durante a execução das suas rotinas de trabalho, ou ainda, a quantidade (mais exatamente o excesso) de trabalho ao qual julgam-se submetidos. Em situações dramáticas, essas queixas acabam sendo associadas a graves problemas e/ou condições psico-emocionais e, obviamente, muito pode ser feito para atenuar esse descompasso; entretanto, o primeiro passo parece-me que seja ir contra a implementação de medidas paliativas e que abrangem apenas efeitos e sintomas, pois, embora a retórica da queixa possa ser questionada, é com o trabalho processamos cultura e criatividade, e ele (o trabalho) tem que ser para todos, fonte de prazer e não castigo ou punição.

É razoável pensar que o trabalho possa levar pessoas bem-sucedidas a complicadas situações psicológicas capazes de prejudicar suas carreiras? Claro que a resposta é SIM! E há a certeza cada vez maior mais entre os especialistas de que essas situações afetam diretamente a capacidade de tomar decisões, a segurança no comando de equipes e funcionarios, a resistência à pressão e à frustração, o cumprimento de prazos e a satisfação na realização do que o funcionário se propõe a fazer, fazendo-o raramente satisfeito com seu trabalho. Além disso, registra-se simultaneamente, diversos “sentimentos ruins” (irritação, frustração, auto-piedade, ressentimento, ciúme, rejeição, culpa, impotência, raiva e generalizada desconfiança em relação às pessoas, entre muitos outros) e falta de valorização dos colegas que poderiam servir como apoios emocionais e profissionais. Há, porém, quem trabalhe intensamente sem integrar essa categoria. São pessoas de muita energia, agradavelmente estimuladas por suas atividades, mas capazes de abrir espaços em suas vidas para a intimidade, a emoção, o lazer, as férias, os exercícios, revelando-se, nos seus cotidianos, habilidade para tomar decisões, para interagir com colegas, chefes e subordinados, auto-motivação, enfim, revelam uma boa tendência para a felicidade, a despeito das dificuldades ou revezes da vida diária.

A psicoterapia é sempre uma ferramenta preciosa para esses casos, afinal, pois ajudará a redescobrir que a produtividade no trabalho não deve ser a “fonte da própria  auto-estima”: é preciso que se entenda que as pessoas possuem um valor inerente, trabalhando ou não, ganhando a competição com os outros ou não. Mas isso pode não ser o melhor caminho para uma empresa que queira ajudar o seu funcionário e manter com ele, um relacionamento estritamente profissional. Neste caso, uma excelente opção é o COACHING PSICOTERAPÊUTICO, o qual visa, além do bem estar psicológico do profissional, o seu desenvolvimento e crescimento na carreira.

Gostaria de deixar claro que, em minha opinião, uma alavancagem na carreira não depende apenas das orientações técnicas e/ou acompanhamento do "coach" na forma mais convencional e fria que o mercado pratica. Isto é, do ponto de vista psicológico, há algo que também dificulta significativamente o crescimento profissional e, assim como as pessoas adoecem e apresentam sintomas psicossomáticos, também os comportamentos ligados à profissão são alvos de questões psicológicas íntimas e profundas que, muitas vezes, funcionam como uma verdadeira auto-sabotagem profissional.

O “coaching psicoterapêutico” vem sendo utilizado por empresas visando melhorar o desempenho dos seus funcionários, levando-os a refletirem sobre seus momentos profissionais, especialmente se eles estiverem percebendo que:

  • as “coisas no trabalho” não estão indo tão bem quanto esperavam ou imaginavam que fossem;
  • as suas performances já não estão mais correspondendo às expectativas dos chefes ou dos clientes;
  • são considerados para promoções porém há condutas profissionais que devem ser melhoradas;
  • há freqüentes conflitos com outras pessoas;
  • os conhecimentos técnicos, antes elogiados, estão distantes do que poderia ser chamado de “conhecimento de ponta”.

Além dessas causas, ao funcionário pode ser indicado o “coaching psicoterapêutico” se houver a suspeita de que algumas motivações para o trabalho podem não ser saudáveis. Por exemplo, o funcionário...

  • ... tem uma noção clara de seu valor pessoal, sendo ou não produtivo?
  • ... responde às necessidades de descanso e exercício do próprio corpo?
  • ... equilibra a vida profissional com a vida pessoal?
  • ... investe tempo, pensamento e energia em suas relações pessoais?
  • ... sente-se contribuindo positivamente para com seus semelhantes?
  • ... tem uma noção correta do que é “suficiente”: de quanto dinheiro precisa, de quanto status, de quanto poder?
  • ... está conseguindo o que quer na vida?
  • ... é plenamente consciente do profissional que é, ou está sendo neste momento?
Quando as coisas não vão bem, é frequente a pessoa se colocar como vítima, sentir pena de si mesmo, negar a realidade e se iludir. Pior, então, é encobrir uma situação em que ela tem medo do fracasso e boicotar o seu próprio sucesso, brigando pelo que não quer e não brigando pelo que quer. Obviamente, ao lado da estranha e desconfortável descoberta sobre sua própria imagem, há uma sensação de desconforto, de insegurança e de perplexidade frente à sua real condição, sem que se saiba como reconquistar o seu status entre os colegas, subordinados e chefia. É nesta hora que um apoio externo será valioso, ressaltando, porém, que o processo dará certo se houver, por parte do “coach-terapeuta”, um sério compromisso e verdadeira disponibilidade para fazer uma leitura do seu cliente não só em seus aspectos e interesses profissionais como também nas demais dimensões da sua vida pessoal; daí a importância dele ser um psicólogo experiente na clínica psicológica e nos processos organizacionais.

Há diversas maneiras de se conduzir o “coaching psicoterapêutico”. Normalmente se prevê encontros entre o profissional e o seu “coach psicoterapeuta” numa freqüência previamente estabelecida. Essas sessões dedicam-se, essencialmente, às questões que interferem na vida profissional do cliente, estimulando-o a confrontar as situações da sua vida da forma como elas verdadeiramente são, sem fantasiar, sem “tirar os pés do chão”, e buscando as soluções que dependam do próprio esforço e da própria capacidade profissional e pessoal. O “coaching psicoterapêutico” foca o valor real do profissional para que, a partir da tomada de consciência, ele olhe o mundo e ajuste-se nele com aquilo que, de fato, é capaz; trata-se de um suporte para o papel profissional, para o auto-gerenciamento de carreira, dirigido a profissionais que vivem situações de estresse, crescimento e mudanças constantes. Tem um enfoque clínico-organizacional e trata fundamentalmente do quanto o sujeito responsabiliza-se por aquilo que deseja, pagando o preço de suas escolhas. Num exemplo simples, se o cliente perceber-se carente de aprimoramento profissional, ele buscará a solução não porque lhe disseram, mas sim porque aprendeu a perceber-se com realismo, o que também constitui-se num avanço em direção à felicidade: saber o que somos. Seja qual for o motivo, considere estas duas colocações dos doutores Ogilvy e Porter, em artigo para o Human Resource Management: “A realização profissional, quando perseguida inconscientemente para compensar deficiências pessoais reais ou imaginárias, é, de fato, uma forma de auto-traição. E a capacidade que cada um tem em confrontar a verdade quanto à sua realização profissional e suas necessidades humanas é que determina se a pessoa consegue esquecer a rotina ou se a tendência é prosseguir tentando provar o que, afinal, não pode ser provado pelo sucesso no mundo dos negócios”.

Por fim, deve ficar claro que o “coaching psicoterapêutico” não transforma uma pessoa com poucos recursos profissionais num superboss, num “multitarefas”, num super-homem. Mas, seguramente, é um processo que poderá colocar essa pessoa, do jeito que ela realmente é, defronte a si mesma, estimulando-a a assumir total responsabilidade por aquilo que busca profissionalmente e em condições de lutar pelo seu sucesso e bem-estar profissional.


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Psicólogo Paulo Cesar

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UM OLHAR NÃO-CLÁSSICO SOBRE A PSICOTERAPIA

Por Psicólogo Paulo Cesar - Tel.: 11.5539-0591

Sempre acreditei que o propósito de cada pessoa na vida é o de ser feliz e, claro, acredito que os psicoterapeutas devem atuar nesse sentido. Essa atuação psicoterapêutica deve estar focada na atitude mental, pois este é o fator mais influente para que as pessoas alcancem a felicidade. Quero dizer, devemos trabalhar para que o paciente, em primeiro lugar, mude dentro dele mesmo, para assim, mudar as condições fora deles, especialmente nas relações com os demais. A chave é a paz interna, um estado mental através do qual, as pessoas podem enfrentar as dificuldades com calma e racionalmente, conservando a felicidade interna.

Quando eu era estudante de Psicologia (e isso faz bastante tempo), aprendi que a função da terapia era colocar as pessoas em contato com os aspectos de si mesmas com os quais não se sentiam confortáveis, para que se familiarizassem com seus desejos reprimidos, tudo isso num esforço para tornar essas pessoas mais plenas. Em outras palavras, ampliar a consciência sobre si mesmo, em áreas onde os impulsos egoístas, sexuais ou agressivos bem como as limitações morais / éticas entram em conflito. E mais, como as raízes destes conflitos estão na infância, a terapia se enfocava em ressuscitar as lembranças do que davam forma ao estado atual.

Algumas mudanças ocorreram, como tudo na vida muda com novas pesquisas, estudos e informações. Atualmente muitos psicoterapeutas tem se esforçado principalmente na criação de um ambiente interpessoal no qual o paciente possa liberar-se dos hábitos relacionais que ficaram bloqueados, não enfrentando tanto os desejos reprimidos, mas aventurando-se em aspectos ininteligíveis (e surpreendentes) da experiência emocional. Digo com isso que a terapia se converteu num lugar apropriado para uma experiência de rendição, não de submissão, isto é, um lugar onde o paciente possa passar “de um estado em que não é capaz de julgar, a outro estado em que é capaz de julgar” (Winnicott). Desta forma, será uma psicoterapia mais intimista, havendo uma fé implícita de que deste processo possa surgir uma profunda sensação de autenticidade pessoal que não depende necessariamente de endereçar o que se costuma chamar de “Eu”.

Com o tempo passei a pensar na terapia mais como “pegar da superfície” do que “cavar o inconsciente mais profundo”, assumindo uma postura psicoterapêutica que consiste mais em decifrar a experiência emocional que surge durante o relacionamento entre o terapeuta e o paciente. Veja que entender uma reação emocional no aqui e agora é muito diferente de perscrutar o passado. É claro que não se deve dispensar as técnicas de exploração de lembranças e associações como na psicanálise clássica, mas, a meu ver, a ênfase terapêutica deve se por a entender algo que está muito presente e que, ao mesmo tempo, é decepcionantemente indescritível. As experiências emocionais que se revelam na terapia geralmente são remanescentes ou sobras do passado, tendem a ser ecos do que foi jogado à sombra quando o paciente deu um passo na luta contra as dificuldades nas relações com o mundo. Por isso, para mim, entender as experiências emocionais implica em algo mais do que saber dados intelectuais à respeito da origem do paciente, mas implica em recuperar uma capacidade de sentir que perdeu.

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Psicólogo Paulo Cesar

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REFLEXÕES A RESPEITO DA PRÁTICA DA PSICOLOGIA BUDISTA

Com certeza, é normal que a terapia busque as raízes para entender o momento do paciente e isso significa que, descobrindo o “conflito nuclear” e que faz a pessoa ser como é (ou que a impede de ser como poderia ser), repentinamente esse paciente tenha a sua cura encaminhada. Contudo, para a maioria das pessoas não é assim tão simples já que após esclarecer as dificuldades que lhe impede de ser quem é realmente, esse paciente ainda tem que decidir o que fazer com essas dificuldades.

Como psicoterapeuta, ví que não preciso ir tão fundo tdo o tempo como um “arqueólogo”. Basta esperar (não num sentido despegado mas sim, tal como na forma - não apegada - que ocorre quando meditamos); assim, a prática de escutar os pacientes vai se tornando cada vez melhor. Isso não tem nada a ver com não responder ao paciente, ou não ser eu mesmo quando trabalho, ou mesmo que não me importe ou ainda que eu não faça nenhuma investigação psicológica. Mas ao não ter uma intenção pessoal nas minhas interações terapêuticas, ao colocar-me sob controle, o processo psicoterapêutico fica mais produtivo pois dessa forma deixo todo o espaço para o que, a partir do paciente, se manifesta por si mesmo. Na verdade, aqui entre nós, desenterrar o passado é apenas um prelúdio para entrar no mistério do presente, sendo esta uma das áreas do saber humano onde o espiritual se encontra com o psicológico.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar

Psicoterapeuta de adolescentes, adultos, casais e gestantes. Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista. Consultório próximo ao Shopping Metrô Santa Cruz. Atendimento de segunda-feira aos sábados. Marque uma consulta pelos fones 11.5081-6202 e 94111-3637 ou pelos links www.psicologopaulocesar.com.br ou www.blogdopsicologo.com.br  

ANSIEDADE, ESTRESSE E ESGOTAMENTO


Essas palavras na figura ao lado são termos de uso corrente entre as pessoas participantes daquilo que se chama vida moderna. Ninguém gosta de pensar na Ansiedade, no Estresse, no Esgotamento ou na Depressão como sendo formas de algum transtorno mental, é claro. Isso pode parecer muito próximo do descontrole, da piração ou da loucura e, diante da possibilidade de sermos afetados, pelo menos alguma vez na vida, pelo Estresse, pelo Esgotamento ou pela Depressão, então será melhor não considerá-los como formas de algum transtorno emocional.

Devemos considerar o Estresse uma ocorrência fisiológica e normal no reino animal. O Estresse é a atitude biológica necessária para a adaptação do organismo à uma nova situação. Em medicina entende-se o Estresse como uma ocorrência fisiológica global, tanto do ponto de vista físico quanto do ponto de vista emocional. As primeiras pesquisas médicas sobre o Estresse estudaram toda uma constelação de alterações orgânicas produzidas no organismo diante de uma situação de agressão.

Fisicamente o Estresse aparece quando o organismo é submetido à uma nova situação, como uma cirurgia ou uma infecção, por exemplo, ou, do ponto de vista psicoemocional, quando há uma situação percebida como de ameaça. De qualquer forma, trata-se de um organismo submetido à uma situação nova (física ou psíquica), pela qual ele terá de lutar e adaptar-se, conseqüentemente, terá de superar. Portanto, o Estresse é um mecanismo indispensável para a manutenção da adaptação à vida, indispensável pois, à sobrevivência.
Do ponto de vista psíquico o Estresse se traduz na Ansiedade. A Ansiedade é, assim, uma atitude fisiológica (normal) responsável pela adaptação do organismo às situações de perigo. Vejamos, por exemplo, as mudanças acontecidas em nossa performance física quando um cachorro feroz tenta nos atacar, quando fugimos de um incêndio, quando passamos apuros no trânsito, quando tentam nos agredir e assim por diante. De frente para o perigo nossa performance física faz coisas extraordinárias, coisas que normalmente não seríamos capazes de fazer em situações mais calmas. Se não existisse esse mecanismo que nos coloca em posição de alerta ou alarme, talvez nossa espécie nem teria sobrevivido às adversidades encontradas pelos nossos ancestrais.Embora a Ansiedade favoreça a performance e a adaptação, ela o faz somente até certo ponto, até que nosso organismo atinja um máximo de eficiência. 

À partir de um ponto excedente a Ansiedade, ao invés de contribuir para a adaptação, concorrerá exatamente para o contrário, ou seja, para a falência da capacidade adaptativa. Nesse ponto crítico, onde a Ansiedade foi tanta que já não favorece a adaptação, ocorre o esgotamento da capacidade adaptativa. Vejamos ao lado, a ilustração de um gráfico hipotético, onde teríamos um aumento da adaptação proporcional ao aumento da Ansiedade até um ponto máximo, com plena capacidade adaptativa. A partir desse ponto o desempenho ou adaptação cai vertiginosamente. Aí se caracteriza o Esgotamento.
Em nossos ancestrais esse mecanismo foi destinado à sobrevivência diante dos perigos concretos e próprios da luta pela vida, como foi o caso das ameaças de animais ferozes, das guerras tribais, das intempéries climáticas, da busca pelo alimento, da luta pelo espaço geográfico, etc.

No ser humano moderno, apesar dessas ameaças concretas não mais existirem em sua plenitude tal como existiram outrora, esse equipamento biológico continuou existindo. Apesar dos perigos primitivos e concretos não existirem mais com a mesma freqüência, persistiu em nossa natureza a capacidade de reagirmos ansiosamente diante das ameaças.

Com a civilidade do ser humano outros perigos apareceram e ocuparam o lugar daqueles que estressavam nossos ancestrais arqueológicos. Hoje em dia tememos a competitividade social, a segurança social, a competência profissional, a sobrevivência econômica, as perspectivas futuras e mais uma infinidade de ameaças abstratas e reais, enfim, tudo isso passou a ter o mesmo significado de ameaça e de perigo que as questões de pura sobrevivência à vida animal ameaçavam nossos ancestrais. Se na antigüidade tais ameaças eram concretas e a pessoa tinha um determinado objeto real à combater (fugir ou atacar), localizável no tempo e no espaço, hoje em dia esse objeto de perigo vive dentro de nós. As ameaças vivem, dormem e acordam conosco. Se, em épocas primitivas o coração palpitava, a respiração ofegava e a pele transpirava diante de um animal feroz a nos atacar, se ficávamos estressados diante da invasão de uma tribo inimiga, hoje em dia nosso coração bate mais forte diante do desemprego, dos preços altos, das dificuldades para educação dos filhos, das perspectivas de um futuro sombrio, dos muitos compromissos econômicos cotidianos e assim por diante. Como se vê, hoje nossa Ansiedade é continuada e crônica. Se a adrenalina antes aumentava só de vez em quando, hoje ela está aumentada quase diariamente.

A Ansiedade aparece em nossa vida como um sentimento de apreensão, uma sensação de que algo está para acontecer, ela representa um contínuo estado de alerta e uma constante pressa em terminar as coisas que ainda nem começamos. Desse jeito nosso domingo têm uma apreensão de segunda-feira e a pessoa antes de dormir já pensa em tudo que terá de fazer quando o dia amanhecer. É a corrida para não deixar nada para trás, além de nossos concorrentes. É um estado de alarme contínuo e uma prontidão para o que der e vier.

As férias são tranqüilas e festivas apenas nos primeiros dias mas, logo em seguida, começamos a nos agitar: ou porque sentimos que não estamos fazendo alguma coisa que deveríamos fazer, embora não saibamos bem o que, ou porque pensamos em tudo aquilo que teremos de fazer quando as férias terminarem. A natureza foi generosa oferecendo-nos a atitude da Ansiedade ou Estresse, no sentido de favorecer sempre a adaptação. Porém, não havendo período suficiente para a recuperação desse esforço psíquico, o qual restabeleceria a saúde, ou persistindo continuadamente os estímulos de ameaça que desencadeiam a reação de Estresse, nossos recursos para a adaptação acabam por esgotar-se. O Esgotamento é, como diz o próprio nome, um estado onde nossas reservas de recursos para a adaptação se acabam.

Organicamente, no Esgotamento, há alterações significativas nas glândulas supra-renais (produtoras de de adrenalina e cortisona), há dificuldades no controle da pressão arterial, há alterações do ritmo cardíaco, alterações no sistema imunológico, no controle dos níveis de glicose do sangue, entre muitas outras. Psiquicamente a Ansiedade crônica ou Esgotamento leva à um estado de apatia, desinteresse, desânimo e de pessimismo em relação à vida.

Os sintomas mais comuns da ansiedade podem ser listados como abaixo e, normalmente costumam estar relacionados à estresse ambiental crônico, têm um curso flutuante, variável e tendência à cronificação.

SINTOMAS ASSOCIADOS À ANSIEDADE CRÔNICA

01 - tremores ou sensação de fraqueza
02 - tensão ou dor muscular
03 - inquietação
04 - fadiga fácil
05 - falta de ar ou sensação de fôlego curto
06 - palpitações
07 - sudorese, mãos frias e úmidas
08 - boca seca
09 - vertigens e tonturas
10 - náuseas e diarréia
11 - rubor ou calafrios
12 - polaciúria (aumento de número de urinadas)
13 - bolo na garganta
14 - impaciência
15 - resposta exagerada à surpresa
16 - dificuldade de concentração ou memória prejudicada
17 - dificuldade em conciliar e manter o sono
18 - irritabilidade

O Esgotamento tem origem em duas ocasiões:

1. - Primeiro, quando a situação à qual o indivíduo terá que adaptar-se (estímulo externo ou interno) exigir intensa participação emocional e persistir continuadamente. Nesse caso há um esgotamento por falência adaptativa devido aos esforços (emocionais) para superar uma situação persistente. Isso quer dizer que o estímulo para o estresse seria ameaçador tanto para a pessoa que à ele reage, quanto para outras pessoas submetidas ao mesmo estímulo. 
2. - Em segundo lugar, quando a pessoa não dispõe de uma estabilidade emocional suficientemente adequada para adaptar-se à estímulos não tão traumáticos, objetivamente falando. Isso quer dizer que a pessoa sucumbiria emocionalmente à situações não tão agressivas à outras pessoas colocados na mesma situação mas, não obstante, agressivas particularmente à ela.

Digamos, então, que o esgotamento ou a ansiedade crônica e patológica poderia surgir diante de duas circunstâncias: decorrente daquilo que o mundo traz à pessoa (Agentes Ocasionais) ou, por outro lado, decorrente daquilo que a pessoa traz ao mundo (Disposições Pessoais). A primeira representada pelo destino da pessoa e a segunda pelo seu perfil afetivo. Não obstante, o destino poderá modelar determinadas formas de valorizar a realidade em grande número de pessoas

Estímulos que Produzem Ansiedade e, conseqüentemente, Estresse

Se hoje sabemos muito sobre o Estresse e a Ansiedade, tanto do ponto de vista comportamental quanto neuroquímico, pouco sabemos ainda sobre seu aspecto principal ou primordial. Pouco sabemos sobre esse tal estímulo desencadeador ou estressor. É por aí onde tudo começa, ou seja, todas as reações orgânicas, as atitudes, emoções, comportamentos, alterações químicas fisiológicas, etc e tal, começam sempre à partir do tal estímulo.

Conforme já comentamos, a Ansiedade e o Estresse não são monopólio do ser humano. Se colocarmos um gato junto de um cão num espaço fechado, depois de algum tempo esse gato estará Esgotado; primeiro ele terá muita Ansiedade, entrará em Estresse e, pela continuidade do estímulo agressivo (presença do cão) se esgotará.

Tendo em vista o fato do gato representar para o cão uma ameaça menos agressiva que o cão representa para o gato, o cão ficará esgotado depois do gato. Nesse caso o cão representa para o gato um estímulo agressivo: externo, por estar fora do gato e, inato, por fazer parte da natureza biológica de todos os gatos.

Ansiedade também podem ter duas origens: quanto à natureza eles podem ser inatos, como vimos, do tipo gato tem medo de cachorro ou, de outra forma, condicionados por treinamento e experiência. Quanto à origem serão internos, caso se trate de instintos e externos, quando for o caso do treinamento ou condicionamento.

No ser humano dito civilizado, esses estímulos também costumam ter duas origens; podem ser externos e internos. Os estímulos internos são oriundos dos conflitos íntimos. Os estímulos externos, por sua vez, representam as ameaças concretas do cotidiano de cada um.

Nossa capacidade de conhecer o mundo proporciona uma percepção pessoal da realidade. Essa percepção pessoal da realidade, diferente em cada um de nós, é chamada de procepção da realidade. A principal idéia que devemos ter disso é que a realidade será sempre representada intimamente e de acordo com a personalidade de cada um. Essa percepção pessoal da realidade engloba toda nossa maneira de ver e sentir o mundo. Engloba não apenas a concepção que temos das coisas que estão fora da gente, como é o mundo objectual, como também os conceitos que temos dentro de nós. Isso inclui a imagem que temos de nós mesmos, ou seja, inclui nossa própria auto-estima. Nossa auto-estima pode ser representada favoravelmente ou não, de acordo com a tonalidade afetiva de cada um. Algumas pessoas se vêem ótimos, outras se vêem péssimos. Assim sendo, a idéia que nós temos de nós mesmos pode ser um estímulo agressivo e causador de Ansiedade, caso seja uma idéia a nos perturbar constantemente. É por causa desses estímulos internos que a Ansiedade humana tem sido constante e às vezes patológica. As ameaças externas não costumam ser tão constantes quanto as internas. Vejamos o caso das ameaças concretas acerca de nossa segurança pessoal, por exemplo: a ameaça de ser assaltados, agredidos, morto, etc. Possibilidades até existem, nos grandes centros, mas normalmente não é continuada. Há situações onde podemos nos sentir seguros, racionalmente falando. Por outro lado, o estímulo interno não é racional, é emocional. Isso quer dizer que podemos estar ansiosos devido ao medo de sermos assaltados, agredidos, humilhados, demitidos, etc., embora tais possibilidades sejam mínimas na prática.

Da mesma forma, podemos dizer que ficar doente seja uma ameaça séria, um estímulo ameaçador importante. É claro que é. Entretanto, podemos experimentar uma grande Ansiedade devido ao fato de pensarmos que podemos ficar doentes. Esse estímulo já é interno e não externo. Seria externo caso houvesse, de fato, sinais de que nossa saúde foi abalada. Enquanto houver apenas o medo de passar mal, de poder ficar doente, isso será uma ameaça interna.
Ora, enquanto nos animais os estímulos agressivos externos aparecem periodicamente, no ser humano a presença dos estímulos internos pode ser continuada. Havendo uma afetividade problemática, insegurança e pessimismo, vamos sentir ameaças internas continuadamente. Vamos dormir com essas ameaças e acordar com elas. Portanto, nessas circunstâncias podemos ter o Esgotamento.

Psicologicamente, para o ser humano a agressão depende mais do agente agredido que do agente agressor. Isso quer dizer que o estímulo para desencadear a Ansiedadedepende, no mais das vezes, mais da sensibilidade da pessoa do que do estímulo propriamente dito. Para uma pessoa claustrofóbica, estar num elevador não significa simplesmente estar objetivamente num elevador.

Será a Personalidade de cada um quem, de fato, atribuirá valores e significados aos acontecimentos, tomando-os ou não por estressantes, angustiantes, temerosos, ameaçadores e assim por diante. Um Ego funcionando adequadamente é capaz de prover a adaptação necessária entre o mundo externo e interno, ou entre o indivíduo e seu ambiente, ou, finalmente, entre o ser e seu destino. Sempre que houver fragilidade desse Ego, haverá comprometimento na adaptação e desequilíbrio entre o ser e o mundo ou, resumindo, haverá uma Ansiedade crônica.

Como vimos acima, os estímulos capazes de proporcionar a Ansiedade podem ser externos, denominados geralmente de circunstanciais e interpessoais, representados pelo embate entre as forças opressoras do ambiente e as condições da pessoa. Mesmo em se tratando de estímulos externos, provenientes do mundo objetivo, sua natureza agressiva poderá ser mais traumática ou menos traumática, dependendo da conotação à ele atribuída por nossa pessoa. Os estímulos podem ainda ser internos, denominados intrapsíquicos, onde se situam os Conflitos pessoais da pessoa normal ou os transtornos afetivos e traços ansiosos de personalidade nas pessoas mais problemáticas.

A existência dos Conflitos pode ser considerada fisiológica na espécie humana, ou seja, eles existem em todos nós e parecem ser essenciais ao desenvolvimento da Ansiedade. Em nosso cotidiano, sem termos plena consciência, experimentamos um sem-número de pequenos Conflitos, interpessoais ou intrapsíquicos; as tensões entre ir e não ir, fazer e não fazer, querer e não poder, dever e não querer, querer, poder e não dever, a assim por diante.

Finalmente, devemos entender que os estímulos necessários para determinar a Ansiedade são proveniente de duas origens: são externos, quando se devem à sucessão de acontecimentos de nossa vida aos quais temos que nos adaptar e internos, quando se originam dentro de nós mesmos, de nossos medos, nossos pensamentos negativos, nossas inseguranças. No ser humano os estímulos produtores de Ansiedade costumam ser, predominantemente, de origem interna e pessoal, decorrentes da valoração individual que a pessoa atribui à sua realidade e aos fatos com os quais se depara
para referir.

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Um abraço,

Psicólogo Paulo Cesar
Psicoterapeuta de adolescentes, adultos e casais.
Psicólogo de linha humanista com acentuada orientação junguiana e budista.
Palestrante sobre temas ligados ao comportamento humano no ambiente social e empresarial.
Consultório próximo à estação de metrô Vila Mariana. Atendimento de segunda-feira aos sábados.
Marcação de consultas pelo tel. / whatsapp 11.94111-3637

A PSICOTERAPIA NUMA PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA BUDISTA

(Série: Reeditando artigos interessantes)

É triste a constatação, mas existe um número sem fim de pessoas que sente que está faltando alguma coisa na vida mas que não tem absolutamente nenhuma idéia sobre qual é o problema, nem o que deveria fazer para acabar com essa sensação de vazio interno.

Vejo frequentemente no consultório: a pessoa anseia por algo, sente a dor e a perda, sofre, e tudo o que ela precisa para aliviar esse descontentamento sempre esteve defronte seus próprios olhos, mas ela não consegue perceber. É  melancólico, porém exige-se que o processo terapêutico toque esse tema tão logo seja percebido, fazendo o paciente entender que esse triste estado pessoal, esse profundo descontentamento é real - porém é causado pela sí próprio. Toda a dor que se causa a si mesmo e aos outros, como ódio, humilhação, manipulação, etc., é causada por aquele que a sente. Sai do coração da pessoa, da confusão que está dentro dela.

Em termos psicoterapêuticos, é imprescindível que o paciente veja exatamente qual é o problema sob pena de perpetuá-lo, não só com ele mesmo mas também nas gerações vindouras: a pessoa não percebe e não assume o seu próprio dilema, transfere aos filhos a confusão que reina em sua mente e em seu coração, e assim segue, geração após geração, fazendo a mesma coisa. Ou seja, esse processo tem que ser interrompido, e ponto final!

A chave para interromper esse sofrimento está dentro de cada um de nós, mas isso não significa que estaremos livres de problemas, nem que, se apenas nos comportarmos corretamente, as coisas sairão conforme nossos desejos. A vida de nenhuma pessoa foi, é ou estará livre de dificuldades, mas enxergar a natureza dos problemas, o que eles são e de onde eles vem, ajudará bastante a manter-se o mais próximo possível do equilíbrio e da saúde mental.

É também muito comum acreditar que cuidar dos problemas implica em eliminá-los, ou, o que é mais grave, distorcê-los e negar a realidade. Evidentemente esse modo de abordar os problemas é patológico pois o que está se fazendo é tentar transformar a realidade em algo que ela não é, como se fosse um rearranjo e manipulação do mundo para que não existam latidos de cães à noite, não aconteçam acidentes de qualquer tipo ou que as pessoas que amamos nunca morram. É indiscutivelmente inútil essa tentativa, mas muitos continuam tentando; contudo, a vida é real, a erva daninha crescerá (embora a odiemos e a queiramos extirpar) e as lindas flores fenecerão (embora as amemos e queremos que durem para sempre).

A esta altura, você já deve ter notado que estou trazendo um fato que as pessoas não gostam de aceitar, que é a caracterização da vida humana pela insatisfação. Você já percebeu que normalmente nós temos, num dia, mais insatisfações que satisfações? Isso é um dado da realidade, no entanto, não é por isso que nos deixamos abater. Não aceitar esse fato é negar a realidade, ou uma tentativa de encobrir, atenuar, reinterpretar os fatos.

No tratamento psicoterapêutico atravessa-se pela difícil etapa que é a aceitação de que a insatisfação que vivemos se origina em nós mesmos, pois surge da ignorância quanto à nossa situação de fato, de nosso desejo de que a realidade seja algo que não é, ou seja, o nosso anseio, nosso desejo, nossa sede de algo que não é parte da realidade é o que nos deixa insatisfeitos. Portanto, temos que descobrir e aceitar a origem das nossas insatisfações, para então criarmos condições de dar um ponto final às suas formas mais profundas e existenciais.

Enfim, num processo psicoterapêutico apoiado na psicologia budista, a pessoa embarca numa jornada envolvendo movimento e direção, partindo para a própria intimidade, para o próprio Eu. Uma jornada para o despertar e para o “aqui e o agora” e assim, poder viver a vida estando plenamente presente. Para tanto, há de se compreender que a vida é passageira e aceitar essa condição, e, em seguida, entender que já somos (de alguma forma) seres completos, íntegros, faltando apenas ver que cada um é o próprio porto, o próprio refúgio, a própria salvação.

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